Novos óculos e a metáfora entre Atitute X Zona de Conforto
Entrei na ótica pela manhã de Sábado e peguei definitivamente meus óculos novos. Bifocal? Não Multifocal. Tenho Astigmatismo o que não me permite enxergar muito bem de longe e um pouco de algo que sempre esqueço o nome pra perto. Sem eles? tudo bem, vista embaraçada, falta de foco e ler , bom isso já é mais complicado. Gosto de lente de contato, que agora uso com um óculos para perto, ÓTIMO!!! Mas se quero ir pra praia, a lente já não é tão confortável, portanto, investimento para óculos.
Saí da Ótica e fui para a minha manhã de Sábado: feira, supermercado e é claro pessoas que encontro na rua, pois moro no Centro de Florianópolis e Sábado pela manhã sempre encontro alguém, o que acho uma delícia.
Logo senti diferença na visão, mas lembrei da atendente da ótica: tudo é questão de costume.
Tudo uma questão de costume? O chão fica perto e depois longe... às vezes me peguei andando como um astronauta...tudo é uma questão de costume! Uma voz interna dizia: tenta Lara, tenta. Tentei...enjôo, mal estar e ...coisa louca a visão das coisas destorcidas, mexe a cabeça de lado e? Sensação ruim. Mas tudo é questão de costume. Retirei os óculos. Uffa! Sem mal estar, chão no lugar certo, porém? tudo embaçado, não consigo ver tudo de forma real.
Metáfora da situação: Quantas vezes não nos jogamos numa nova experiência, ou não colocamos novos olhares em relação a situações, conceitos e ações que precisamos assumir, porque a princípio causa medo, insegurança ou até mesmo preguiça. Sim, mudar dá trabalho. Mas o que fazer se experimentamos uma nova visão da situação e mesmo sabendo que dá trabalho, que vai causar incômodo inicial, no fundo no fundo, sabemos que será uma boa opção?
É nesta hora que se rompe a zona de conforto. É a hora em que pensamos: tudo é questão de costume, ou seja, vale tanto pra o que temos costume e não largamos, como também para o que vem de desafio e que, ao enfrentarmos vira um novo costume, me acostumo a enfrentar !
Na minha experiência profissional , observei o avanço do Marketing, avassalador em relação as demais competências da comunicação. Agora então, com o avanço do Marketing Digital, parece ser a única opção para quem deseja vender ou estar no mercado.
Lendo uma publicação no Linkedin, de autoria da Daniela Martins Barbosa, que afirma que: 80% das empresas que estão nas Redes Sociais não possuem Planejamento de Comunicação Digital Integrado a Imagem e Reputação da Marca, refleti: E neste caso quem precisa sair da zona de conforto ou mudar a visão que tem do negócio? Todos os atores: Empresários, que precisam ampliar um pouco mais a visão que tem do seu próprio negócio, um olhar mais criterioso para processos internos e os profissionais de comunicação, em especial, nós Relações Públicas, que dominamos tecnicamente a área de planejamento , mas nos esquivamos de defendê-la porque? dá trabalho! Sim dá trabalho convencer o cliente as vezes que um Planejamento é essencial. Vivemos na era do resultado e a palavra planejamento às vezes nos associa a demora pra chegar lá!
Na mesma linha, vi um depoimento do Relações Públicas, Fernando Lemos, versando sobre Gestão de Relacionamento, onde ele cita que Relacionamento é a alma do negócio e existe uma área do conhecimento que nós , profissionais RP's somos aptos a lidar com isso. O depoimento faz parte de um convite, pois estamos num processo eleitoral para o CONFERP e todo o sistema, o que engloba os Conselhos Regionais. Para quem deseja ver o depoimento clique qui.
Ouvindo e lendo, e ao passar pela experiência hoje dos novos óculos, não tem como não fazer um comparativo e um questionamento:
- Onde está a causa desta profissão estar tão desfocada? Culpamos o mercado por não entender o que fazemos, mas será que temos criado formas alternativas ou criativas para que empresários entendam o que fazem os profissionais de RP?
Desmistificando os conceitos e preconceitos da atuação em conjunto com as demais profissões da área de comunicação, recentemente publiquei um video onde, demonstro claramente o que cada um faz, numa ação da ABIH-SC.
Qual o problema em explicar para o mercado, para o cliente o que fazemos?
Encaro o mal estar inicial como foi óculos novo e estudo como apresentar as soluções que o cliente necessita, precisando rever alguns conceitos ou mesmo aplicá-los, já que somos especialistas em público? Ou, deixo que outras áreas dominem e apresentem soluções emergenciais, que sabemos as vezes serem paliativas para as dores que este cliente tem? Tiro o óculos, continuo a ver a situação um pouco embaçada, mas... evito dor, trabalho, admitir que preciso treino, estudo e principalmente adaptação?
Ser formada há 27 anos as vezes traz um peso de conformismo com algumas situações. O que não é uma característica minha, pessoal.
Esta revista ,cuja reunião de pauta fiz o video do Canal É por aí, foi lançada num evento ( confira o lançamento da revista clicando aqui) . Neste evento importante da entidade acabei explicando para alguns profissionais ( jornalistas , fotógrafos e participantes ), o que é ser um profissional que tem um conselho que regulamenta a profissão. Aliás tive que explicar algumas coisas, pois todos que tem acesso as minhas redes sociais, queriam saber que processo de eleição é este em que estou engajada, afinal meus feeds tem sido de publicação da eleição do CONFERP.
Então , hoje ao ver o desafio do óculos, em pleno centro da cidade, cambaleando e pensando em tirá-los, guardar e me conformar, lembrei que tenho tido motivos para acreditar que posso sair da zona de conforto. Há um mes dei um depoimento sobre isso! Veja aqui!
Repensando minha participação no mercado, na defesa da minha profissão.
Enfim, este foi o meu primeiro post escrito com um óculos multifocal... diferente, desafiador, mas não tirei em nenhuma vez. Aproveitei quando não enxerguei direito o que estava escrito e cheguei mais perto, li com mais clareza e pude revisar o que meu pensamento induziu no momento e lendo com mais calma pude recolocar palavras e sentimentos.
Talvez esse seja o desafio! A paciência, o trabalho e a persistência passam a ser aliadas!
